O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão drástica e urgente: mandou prender novamente o mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, que havia quebrado um relógio histórico durante os atos golpistas de 8 de janeiro. O que torna essa situação ainda mais explosiva é que Moraes também ordenou uma investigação sobre o juiz Lourenço Milorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, que havia libertado Ferreira, desafiando uma decisão do STF.
A soltura de Ferreira, que já cumpriu apenas 16% da pena de 17 anos, contraria as normas legais que proíbem a progressão de pena para condenados por crimes de violência antes de cumprirem pelo menos 25%. Moraes, ao tomar conhecimento da decisão do juiz, agiu rapidamente, reafirmando a autoridade do STF e a gravidade da situação.
Este não é apenas um caso de jurisprudência; é um símbolo da tensão política que permeia o Judiciário brasileiro. A libertação de Ferreira, que depredou um patrimônio nacional, não pode ser vista como um ato isolado, mas como parte de uma estratégia política que visa deslegitimar as decisões da mais alta corte do país. O juiz de primeira instância, ao liberar o mecânico, desafiou abertamente a ordem do STF, o que levou Moraes a solicitar que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigue essa conduta.
A gravidade do ato de Ferreira não se resume à destruição do relógio, um bem histórico valioso; ele ocorreu no contexto de uma tentativa de golpe de estado, um ataque à democracia. A rapidez com que o STF reagiu demonstra a seriedade com que a situação é tratada, mas também ressalta a necessidade de um controle mais rigoroso sobre decisões judiciais que possam comprometer a integridade do sistema. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais já anunciou a abertura de um inquérito para apurar a atuação do juiz, sinalizando que a justiça não será feita em vão. O país observa atentamente.