A flotilha humanitária que seguia com destino a Gaza foi esta quarta-feira intercetada pela Marinha israelita em pleno Mediterrâneo.
A flotilha humanitária foi intercetada por Israel e infelizmente Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte não escaparam à operação, acabando detidos pelas forças militares israelitas. Os três portugueses seguiam em embarcações diferentes desde a passagem por Creta e, após a abordagem, terão sido obrigados a atirar os telemóveis ao mar, ficando incontactáveis.
Num vídeo pré-gravado e entretanto divulgado no Instagram, Mariana Mortágua já antecipava este cenário: “Se estão a ver este vídeo é porque o meu barco, que se chama Adara, foi intercetado ou atacado pelas forças israelitas. Muito provavelmente, se estão a ver este vídeo, é porque fui levada contra a minha vontade numa detenção.” A deputada do Bloco suspendera o mandato no Parlamento para integrar esta missão internacional.
Segundo a organização da flotilha, composta por mais de 40 embarcações, os navios foram rodeados pela Marinha israelita por volta das 20h30 locais (18h30 em Portugal continental). Israel justificou a operação com o bloqueio naval imposto a Gaza, alegando tratar-se de uma medida de segurança, mas os ativistas classificam-na como uma interceção ilegal.
O Governo português confirmou oficialmente as detenções, garantindo que a embaixada em Telavive está em contacto permanente com as autoridades israelitas. Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que será prestado todo o apoio consular e que o regresso a Portugal será acompanhado de perto. O Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou que pediu expressamente que os cidadãos nacionais sejam tratados com dignidade e sem violência.
As autoridades israelitas prometeram permitir, na primeira oportunidade, visitas consulares aos detidos, frisando que a operação poderá demorar devido ao elevado número de embarcações envolvidas.