O primeiro avião regional MRJ do Japão, desenvolvido pela Mitsubishi, foi oficialmente sucateado nos Estados Unidos após o término do programa. Esta decisão drástica marca o fim de uma ambiciosa iniciativa de 50 bilhões de dólares que buscava colocar o Japão no mapa da aviação regional.
O Mitsubishi SpaceJet, que deveria revolucionar o setor com capacidade para 70 a 90 passageiros, nunca conseguiu decolar como esperado. Após anos de atrasos e problemas técnicos, o programa foi encerrado em fevereiro de 2023, deixando para trás um legado de frustrações e promessas não cumpridas. O avião, que passou por uma série de modificações de design e testes, acumulou mais de 2.600 horas de voo, mas enfrentou obstáculos insuperáveis, incluindo processos judiciais e a pandemia de COVID-19, que paralisaram ainda mais o desenvolvimento.
A decisão de sucatear a aeronave em vez de doá-la a um museu gerou indignação entre os entusiastas da aviação, que acreditam que a história do MRJ deveria ser preservada. O programa, que já havia recebido pedidos de companhias aéreas como a All Nippon Airways, viu sua estreia adiada repetidamente, levando a uma escassez de pedidos e a uma crescente desconfiança no mercado.
Com mais de 900 alterações de design, o MRJ nunca alcançou a certificação necessária para operação comercial. O congelamento do projeto após cinco revisões e a anulação do registro de um dos protótipos são sinais claros de que o sonho do avião regional japonês chegou ao fim.
Enquanto a Mitsubishi busca reavaliar seu futuro na aviação, o sucateamento do MRJ é um lembrete amargo das armadilhas que podem surgir em empreendimentos de alta tecnologia. O que poderia ter sido uma nova era para a aviação regional japonesa agora se transforma em um triste epílogo.